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Conhece o fitoplâncton? Esse ser invisível que flutua no oceano produz mais de 50% do ar que respiramos

17 DE MARçO, 2025
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Os oceanos desempenham um papel essencial na manutenção da vida na Terra, sendo responsáveis por mais da metade do oxigênio que respiramos. Essa produção vem principalmente do fitoplâncton, um conjunto de organismos microscópicos que realizam fotossíntese nas camadas superficiais dos oceanos.

O fitoplâncton, constituído por organismos invisíveis que flutuam nas camadas superficiais dos oceanos, desempenha um papel vital na produção de oxigênio e na regulação do clima terrestre. Embora representem apenas cerca de 1% da biomassa vegetal global, esses microrganismos são responsáveis por aproximadamente 50% da atividade fotossintética do planeta, gerando metade do oxigênio disponível na atmosfera.

Fitoplâncton produz mais oxigênio que florestas

Durante a fotossíntese, o fitoplâncton utiliza a luz solar para converter dióxido de carbono (CO₂) e nutrientes em matéria orgânica, liberando oxigênio como subproduto. Segundo o programa europeu Copernicus, estima-se que o fitoplâncton produza entre 50% e 80% do oxigênio atmosférico, um volume que supera a contribuição das florestas terrestres. 

Além de fornecer oxigênio, esse processo contribui para a remoção de CO₂ da atmosfera, desempenhando um papel crucial na mitigação das mudanças climáticas

No entanto, a absorção contínua de CO₂ pelos oceanos tem levado à acidificação das águas, um fenômeno que pode afetar negativamente o fitoplâncton e, consequentemente, todo o ecossistema marinho. A professora Letícia Cotrim da Cunha, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e membro da rede INPO, destaca que os oceanos, embora atuem como grandes sumidouros de CO₂, enfrentam desafios devido ao aumento da acidez, o que pode comprometer a saúde dos organismos marinhos e a eficiência na absorção de carbono.

Mudanças climáticas são ameaça para fitoplânctons

As mudanças climáticas e a poluição oceânica representam ameaças crescentes a esses organismos e, consequentemente, à produção global de oxigênio. 

Com o aumento da temperatura dos oceanos e a intensificação da acidificação, há o risco de que a capacidade dos oceanos de produzir oxigênio e regular o clima seja prejudicada. Isso reforça a necessidade de políticas de conservação marinha e redução de emissões de gases de efeito estufa para garantir a estabilidade desse processo essencial à vida no planeta.

Portanto, proteger os oceanos não significa apenas preservar a biodiversidade marinha, mas também garantir que a Terra continue respirando. Afinal, sem o trabalho invisível do fitoplâncton, o equilíbrio atmosférico e a qualidade do ar que respiramos estariam seriamente comprometidos.