Pesquisador da rede INPO destaca papel da educação oceânica no Fórum Currículo Azul no Sudeste
30 DE MAIO, 2025
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O professor Ronaldo Christofoletti, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro da rede do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO) coordenou o “Fórum da Cultura Oceânica: o Currículo Azul na Região Sudeste”, nesta sexta (30) no AquaRio, no Rio de Janeiro. O evento, realizado pela Prefeitura do Rio com apoio do INPO, reuniu educadores, representantes de secretarias de educação, universidades, organizações não governamentais e setor privado para discutir a integração da cultura oceânica nas políticas públicas educacionais da região.
“Mais de 70% da população brasileira está na região litorânea. Cada local tem uma relação diferente com os mares e o Currículo Azul precisa levar em conta essas particularidades brasileiras, respeitando e entendendo como os temas se inserem nas culturas locais. Somos afetados e afetamos o oceano o tempo todo e precisamos de uma geração que entenda isso desde pequeno e que busque soluções sustentáveis e investimento na preservação do oceano”, afirma Christofoletti, presidente do Grupo de Especialistas em Cultura Oceânica da UNESCO.
Exatamente para entender as características de cada estado que a Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica vem realizando eventos como esse nas cinco regiões do país. O “Fórum da Cultura Oceânica: o Currículo Azul na Região Sudeste” foi o último deles. Os demais aconteceram em Porto Alegre (Sul), Campo Grande (Centro Oeste), Belém (Norte) e Fortaleza (Nordeste).
“O conceito de Currículo Azul conecta o oceano à cidadania, sendo considerado essencial para preparar a sociedade frente aos desafios climáticos e ambientais atuais e futuros. Já temos algumas ações em todo o país: a Escola Azul, que foi criada em 2020, está presente em cinco regiões do Brasil e atende 140 mil estudantes em mais de 500 escolas. Precisamos que a temática chegue aos jovens também através de políticas públicas. Professores e alunos devem ser os protagonistas, trocando experiências e conhecimento científico”, explica Christofoletti.
Priscila Lange, coordenadora de Pesquisa e Inovação do INPO, também representou o INPO no evento. “Estamos muito felizes em contribuir para ações de implementação do CV Azul. O INPO vem com a missão de expandir a cultura oceânica, articulando as conexões entre instituições de ciência e ensino”, explicou.
O Currículo Azul
O Brasil é pioneiro no compromisso de construir um Currículo Azul, iniciativa formalizada entre o MEC e MCTI em abril de 2025. Como parte das ações para marcar a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021–2030), a UNESCO busca incentivar os países a iniciarem a implementação do Currículo Azul até 2025. No Brasil, o conceito começou a ser desenvolvido em 2020 por meio da articulação entre pesquisadores, educadores, organizações da sociedade civil e representantes do poder público.
O INPO é uma das instituições parceiras da iniciativa. Sua participação no Fórum reforça o seu compromisso com a promoção da cultura oceânica e a integração do conhecimento sobre o oceano nas políticas educacionais. O evento também contribui para os esforços do Brasil em liderar ações voltadas para a sustentabilidade oceânica, alinhando-se a agendas globais como a Agenda 2030 e o Acordo de Paris.