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INPO assina parceria com OceanQuest para viabilizar expedição no oceano profundo

Diretor-geral do INPO, Segen Estefen, e o CEO da fundação Saudita OceanQuest, Martin Visbeck, assinaram memorando de entendimento para viabilizar a expedição na Cadeia Vitória-Trindade (CVT), no litoral brasileiro
10 DE JUNHO, 2025
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O diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO), Segen Estefen, e o CEO da fundação Saudita OceanQuest, Martin Visbeck, assinaram, nesta terça-feira (10), memorando de entendimento para viabilizar a expedição na Cadeia Vitória-Trindade (CVT), no litoral brasileiro. A formalização da parceria ocorreu durante a 3ª Conferência das Nações Unidas para o Oceano (UNOC3), principal evento internacional sobre conservação e uso sustentável dos oceanos, em Nice, França. 

A expedição vai explorar a CVT, que é composta por montes submarinos vulcânicos formados ao longo de milhões de anos e abriga grande biodiversidade marinha e variedade de espécies de peixes, corais e outras formas de vida. “O maior desafio para conhecer essa região é tecnológico. A parceria com a OceanQuest vai permitir, por exemplo, o uso de tecnologias como os ROVs (Remotely Operated Vehicles – Veículos Operados Remotamente) para estudar regiões inacessíveis ao ser humano”, explica Estefen. 

A Cadeia Vitória-Trindade é uma cordilheira submarina, de aproximadamente 1.200 km de extensão, que liga a costa brasileira à Ilha da Trindade e ao arquipélago de Martim Vaz. Segundo o diretor-geral do INPO, a expedição visa também definir regiões que serão posteriormente monitoradas de forma contínua para a observação de fenômenos que podem ser influenciados pelas mudanças climáticas, obtendo assim maior conhecimento sobre o oceano profundo.

“Sabendo o que temos em nossas águas, conseguimos também entender fenômenos já presentes e que nos afetam”, reforça Estefen.

Em março, o INPO e a OceanQuest promoveram, no Rio de Janeiro, o Workshop Internacional sobre Pesquisa no Oceano Profundo. O encontro reuniu especialistas brasileiros e estrangeiros para debater os desafios para a realização da expedição e as oportunidades de pesquisa.  

“O oceano profundo ainda é muito pouco conhecido. Abriga uma vasta e inexplorada biodiversidade, recursos minerais, atua também como sumidouro de carbono, um dos gases responsáveis pelo efeito estufa, e contribui para a regulação do clima. Sua exploração pode resultar em descobertas em diversas áreas, como a da saúde, resultando em benefícios para a humanidade”, destaca Estefen.  

Brasil na UNOC3
Os diretores do INPO Segen Estefen, diretor-geral, Janice Trotte Duhá, diretora de infraestrutura e operações, Andrei Polejack, diretor de pesquisa e inovação, estão  participando da UNOC3 e de eventos paralelos. O instituto tem firmado parcerias estratégicas para a pesquisa oceânica, entre elas o memorando de entendimento com a organização Mercator Ocean International, assinado na sexta-feira (6). O acordo pode viabilizar o desenvolvimento no Brasil do projeto Gêmeo Digital – uma representação virtual do oceano em alta resolução e em tempo real com foco no Atlântico Sul.